quarta-feira, 28 de maio de 2014

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BOTE SUA PAMPERS E CONFIRA!

Saudação insanos, como vão?

Cá estou eu para publicar mais uma obra de minha autoria. Assim como "Dê-me Insanidade", esse conto partiu de uma dica do leitor Victhory Anthony!!!

Degustem!

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Você entra no seu facebook e como de costume começa a analisar o conteúdo - o deprimente e indiferente conteúdo - da sua linha do tempo. Você vê as imagens das famosas páginas de humor que você insiste em curtir sem parar; páginas de games; páginas de frases poéticas e alguns outros assuntos que você aprecia. Passa-se meia-hora e chega a madruga - pois é, você entrou bem tarde no seu facebook - você então, decide dar uma olhada em algumas páginas de terror para suprir a sua necessidade intrigante - e atrevida - de sentir medo nas veias.

Uma hora se foi e sua necessidade ainda não foi suprida. Você não desiste e, em mais uma página, uma não diferente das que você olhara anteriormente, percebe-se um comentário trágico... tragicamente cômico em uma das imagens da mesma. Nele, você lê um texto que lhe é familiar, algo como "fulana de tal morreu em tal dia por tal motivo e agora é preciso espalhar isso em mais 10 comentários se não sua alma será levada.". Sim, algumas pessoas - as quais você considera doente ou "com a pia cheia de louça para lavar" - publicam comentários do gênero; ou com a intenção de fazer isso se tornar uma corrente ou por simples zoeira mesmo.

O que você faz? O casual: ignora, banaliza e finge que jamais lera tal absurdo. É isso que qualquer ser humano normal faria, oras! Não é...?

Fechando seu notebook, lento e sonolentamente, você vai se levantando da cadeira em que estava a sentar e se direciona para sua cama. Deita-se, no escuro, e começa a encarar o nada. Bem, você não vai pegar no sono tão rápido. Fica se mexendo de um lado para o outro na cama, incessante, continua a faze-lo por um longo período.

Você vira mais uma vez. Você agora, está de cara para sua parede. Um pequeno sussurro pode ser ouvido, dentro do seu quarto. Como isso é possível, indaga a si próprio, tendo em mente que é o único a habitar esta casa. Virando-se para o outro lado, estando frente ao centro do quarto, nota-se ali, estática, uma silhueta branca com longos cabelos cobrindo o rosto. Uma voz angelical diz que veio em sua visita.

Erguendo-se de maneira abrupta, sua pessoa encontra-se apavorada. Os olhos esbugalhados demonstram - e como demonstram - essa situação. O pulsar rápido e intenso do seu coração pode ser ouvido à metros. A silhueta ri e, levantando um pouco a cabeça, é possível perceber que é uma menina. Pelo tamanho é uma criança, pelo brilho branco reluzente do corpo é um fantasma...

O nome dela é Paula, como a mesma afirma e...

Ah! Chegamos ao ponto em que queríamos!

Você, sagaz, recorda-se do texto absurdo e ridículo que leu em uma das páginas de terror que vira no facebook pouco antes. Coincidentemente, o nome do espírito do qual o texto tratava era Paula. Supõem-se que não seja mera coincidência... Ou será que você não se recorda? É, é exatamente isso: você não compartilhou a mensagem, como fora pedido no fim da mesma.

Uma coisa é fato: mesmo sendo uma situação um tanto inconveniente e sobrenatural, não há como não rir de tal. Você ri, enquanto treme e soa fortemente. Levanta seus olhos, revelando pupilas intimidadas, ao passo que o espírito de Paula da passos curtíssimos que a deixam cada vez mais próxima de você. A meticulosidade com que Paula parece lhe analisar com seus olhos mortos é demasiada, a pupila gira e gira em investigação.

Logo, o fantasma está na sua frente. Neste ponto, você se sente um lixo por imaginar tamanha a banalidade da causa de sua morte. Paula se aproxima de você, os narizes se tocam, o seu oxigênio se torna decrépito. A morte soa como um fim mais viável.

Contudo, Paula se afasta. E vai se afastando mais e mais, até que finalmente da as costas para você e questiona:

- Você promete compartilhar a minha história a partir de agora?

A confusão o toma... será que ela não deveria matá-lo? A sua resposta acaba por ser sim, aquilo parece ser um meio eficiente para livrá-lo da visita do espírito. Paula da uma leve gargalhada e solta um "obrigado" antes de sumir.

Desde esse dia, toda vez que você pega o computador, toda vez que entra em seu facebook, explora uma página de terror e encontra algum texto ridículo - ou que ao menos você considerava assim - sobre um espírito vingativo e que pede para compartilhar no final, você compartilha...

Você não tem ideia do porque Paula não o matou, mas sabe que se ela pediu para compartilhar a história dela é porque isso é importante para a mesma. Você também está ciente de que se não compartilhar a partir de agora, consequências podem vir. Você não sabe que tipo de consequências, mas de fato não deve ser algo bom. Então...

... Você apenas compartilha a mensagem.


Autor: Leon Leonidas

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